Trabalha, escravo!

É sabido que, na Holanda, há escravos portugueses. É menos conhecido, mas igualmente verdade, que há portugueses escravos em Espanha, Bélgica, França e Irlanda.
Até há escravos portugueses a trabalhar, imagine-se, em Portugal.
Portugal é, provavelmente, o país da União Europeia que mais mão-de-obra escrava fornece.
Aliás, tendo em conta que, o último caso conhecido de “escravatura moderna”, diz respeito a 80 trabalhadores que estão no sul da Holanda sem receber há semanas, é fácil encontrar por aí escravos!
Até agora, o termo “escravos modernos”' aplicava-se a vítimas de “trabalho forçado” e referia-se a uma situação na qual a pessoa era explorada contra sua vontade e forçada a trabalhar sob condições que ela não aceitaria voluntariamente".
Ou seja, agora se um trabalhador não recebe há semanas, é escravo dentro do conceito de “escravatura moderna”.
E acho muito bem que assim seja, pois não foi de livre vontade que aceitaram trabalhar sem receber a tempo e horas.
Basta por isso contar as inúmeras fábricas do país que não pagam aos trabalhadores e de repente... olha, tantos escravos!
Mas escravos “modernos”.
É claro que, como sempre, tudo depende do ponto de vista.
O actual Primeiro Ministro do Governo da República até nem deve achar isto assim tão mau. São escravos, mas modernos! Sim que nós, agora que somos um país “simplex” e tecnológico, não íamos ter escravos à antiga. Temos, muitos, mas modernos.
E, de repente, o Governo da República até atinge outro objectivo. O de aumentar as exportações. Ao que parece o número de “escravos modernos” que vai para o estrangeiro, aumenta de ano para ano.
Mais exportações!
Só que, mesmo assim temos um problema (há sempre um problema). É que, feitas as contas, até nisto a balança comercial está desfavorável. Importamos mais “escravos modernos” do que exportamos. Basta andar pelo país e ver e ouvir as histórias de escravidão que por aí andam.
O Ministro da Economia terá uma explicação para isto. Em tudo o que é moderno (mesmo que estejamos a falar de escravos) é praticamente impossível concorrer com os mercados de leste. Eles tem tudo mais barato. Até os escravos. E neste mercado há que contar com África. Uma potência no que toca a escravos, sejam eles modernos ou não, que em África ainda há escravos à antiga. Daqueles que ainda não trazem a “modernice” de recorrer a tribunais.
Se fosse escravo, se calhar, preferia ser um daqueles à antiga. Daqueles que não piavam mas que comiam, não pagavam contas, e se divertiam nas senzalas com as escravas! E, se de repente tivesse oportunidade, não recorria aos tribunais e optava antes por dar um tiro nos cornos do animal que me escravizava.
E que tal se, agora também houvesse mais “empresários modernos” em Portugal. Que pagassem salários justos e a horas? Que dessem valor aos trabalhadores?
Era bom, não era?
Saudações,
Marquês do Vale (o Divino)
Até há escravos portugueses a trabalhar, imagine-se, em Portugal.
Portugal é, provavelmente, o país da União Europeia que mais mão-de-obra escrava fornece.
Aliás, tendo em conta que, o último caso conhecido de “escravatura moderna”, diz respeito a 80 trabalhadores que estão no sul da Holanda sem receber há semanas, é fácil encontrar por aí escravos!
Até agora, o termo “escravos modernos”' aplicava-se a vítimas de “trabalho forçado” e referia-se a uma situação na qual a pessoa era explorada contra sua vontade e forçada a trabalhar sob condições que ela não aceitaria voluntariamente".
Ou seja, agora se um trabalhador não recebe há semanas, é escravo dentro do conceito de “escravatura moderna”.
E acho muito bem que assim seja, pois não foi de livre vontade que aceitaram trabalhar sem receber a tempo e horas.
Basta por isso contar as inúmeras fábricas do país que não pagam aos trabalhadores e de repente... olha, tantos escravos!
Mas escravos “modernos”.
É claro que, como sempre, tudo depende do ponto de vista.
O actual Primeiro Ministro do Governo da República até nem deve achar isto assim tão mau. São escravos, mas modernos! Sim que nós, agora que somos um país “simplex” e tecnológico, não íamos ter escravos à antiga. Temos, muitos, mas modernos.
E, de repente, o Governo da República até atinge outro objectivo. O de aumentar as exportações. Ao que parece o número de “escravos modernos” que vai para o estrangeiro, aumenta de ano para ano.
Mais exportações!
Só que, mesmo assim temos um problema (há sempre um problema). É que, feitas as contas, até nisto a balança comercial está desfavorável. Importamos mais “escravos modernos” do que exportamos. Basta andar pelo país e ver e ouvir as histórias de escravidão que por aí andam.
O Ministro da Economia terá uma explicação para isto. Em tudo o que é moderno (mesmo que estejamos a falar de escravos) é praticamente impossível concorrer com os mercados de leste. Eles tem tudo mais barato. Até os escravos. E neste mercado há que contar com África. Uma potência no que toca a escravos, sejam eles modernos ou não, que em África ainda há escravos à antiga. Daqueles que ainda não trazem a “modernice” de recorrer a tribunais.
Se fosse escravo, se calhar, preferia ser um daqueles à antiga. Daqueles que não piavam mas que comiam, não pagavam contas, e se divertiam nas senzalas com as escravas! E, se de repente tivesse oportunidade, não recorria aos tribunais e optava antes por dar um tiro nos cornos do animal que me escravizava.
E que tal se, agora também houvesse mais “empresários modernos” em Portugal. Que pagassem salários justos e a horas? Que dessem valor aos trabalhadores?
Era bom, não era?
Saudações,
Marquês do Vale (o Divino)
1 Comments:
Seria sem dúvida muito bom, mas isso é algo que jamais irá acontecer...o país não tem melhoras e os escravos vão tornar-se cada vez mais "modernos" mas sendo sempre escravos.
MSP
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